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Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


domingo, 19 de março de 2017

A Representação da mulher em Camões Lírico


Na lírica camoniana há um confronto entre dois tipos de mulher: uma de configuração espiritual e a outra corporizada e associada à sedução do sujeito poético.

A mulher petrarquista é um ideal de mulher enquanto ser superior, servida pelo amado, estabelecendo-se, assim, uma relação entre vassalo e suserano, à semelhança do que ocorria na poesia provençal – que influencia a nossa cantiga de amor. Camões, seguindo as ideias de Petrarca, que desenvolve este ideal amoroso no Renascimento, por vezes, caracteriza a mulher como um ser sem corpo visível, na qual prevalecem a serenidade, a harmonia e os traços psicológicos de um modo geral. Isto confere à figura feminina uma dimensão etérea, que a coloca num plano inacessível. Daí surge a dificuldade da caracterização física da mulher (“Um mover d’olhos, brando e piadoso”). Este ideal permite a sublimação de um sentimento amoroso de dimensão unicamente espiritual.

Ao ideal de Vénus, pelo contrário, está associada uma figura feminina que é corporizada, ou seja, com contornos definidos e palpáveis e de uma intensa sensualidade (“Descalça vai para a fonte”). Porém, a mulher também é inacessível, pois o conceito de amor está associado à frustração inerente à experiência amorosa de Camões (“Erros meus, má fortuna, amor ardente”), a figuras mitológicas (“Circe”) e a locais utópicos («Alma minha gentil que te partiste»). Este ideal corresponde à exaltação sensível e terrena do amor.

Assim, na poesia lírica de Camões há uma forte tensão entre dois ideais de mulher: a mulher petrarquista de configuração espiritual, distante e abstrata, por um lado, e a mulher associada ao ideal de Vénus, por outro, que é corporizada e tem uma profunda sensualidade. O vilancete “Perdigão perdeu a pena” é particularmente elucidativo dessa tensão entre um projeto de elevação no amor e o facto de o poeta se ater a uma dimensão terrena do amor.
Autor: Maria Teresa Abrantes
Prof. João Morais

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