O BlogBESSS...

Bem-Vindos!


Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Aulo Gélio

     
    Aulo Gélio, em latim Aulus Gellius foi um jurista, escritor, gramático e crítico literário, nascido em Roma em 125 AD ou 130 AD, diferindo nas fontes tanto a sua data de nascimento, bem como a data da sua morte em 175 AD ou 180 AD. 

      Aulo Gélio estudou gramática e retórica em Roma, onde teve vários professores. Destaca-se entre eles Cornélio Frontão por o ter encantado “com a pureza da linguagem e a boa doutrina”.
Estimulado pelas tendências do seu tempo para o saber enciclopédico, ou seja, tudo saber e tudo conhecer, mudou-se para a Grécia, local onde os romanos cultos ambicionavam aperfeiçoar a sua formação. Em Atenas, estudou Filosofia e tornou-se discípulo de Herodes Ático, príncipe da cultura, muito admirado inclusive pelo imperador Marco Aurélio.

      Noctes Atticae, em português, Noites Áticas, é a sua única obra conhecida e é constituída por 20 volumes. Reúne o fruto de leituras, estudos e conversas tidas ao longo das noites de inverno, passadas numa aldeia de Ática. Nesta obra aborda os mais variados temas desde geometria, historia, filosofia, gramática, leis, medicina, aritmética, linguística e qualquer curiosidade que lhe despertasse atenção no seu dia a dia.

Bibliografia

      ü  Enciclopedia luso-brasileira de cultura, verbo, edição século XXI, volume 3 pág 100
ü  The encyclopaedia Britannica: “A DICIONARY OF ARTS,SCIENCES,LITERATURA AND GENERAL INFORMATION”, edição século XX
ü  Anais do XV congresso nacional de linguísta e filologia, vol. XV nº5,T1, Rio de Janeiro 2011
ü  http://penelope.nchicago.edu/Thayser/E/Romeu/Texts/Gellius - Acedido a 10 de Outubro de 2015

Trabalho realizado por: Carolina Maciel, n.º5, 10ºJ
 Disciplina: Latim, 2015/16
 Professora: Raquel Teixeira 

sábado, 4 de junho de 2016

O Neves ou um caso de denúncia n' Os Maias

Numa época de descrédito político e de atmosfera de descrença social, Eça de Queirós reflete, nas suas obras, sobre a decadência da nação, evidenciando a crise de identidade de Portugal de então. 
Esta vertente crítica é observável nos episódios da crónica de costumes, mais concretamente na caracterização das personagens tipo, que ilustram o xadrez social que Os Maias denunciam.
Nesta obra é feita uma crítica ao jornalismo português, por exemplo, no episódio do jornal d’ “A Tarde”. Neste episódio, Neves, o diretor deste jornal, recusa publicar um artigo difamatório sobre Dâmaso, por pensar que se trata de um Dâmaso seu amigo político (“[…] tu querias que eu publicasse isso, homem? O Dâmaso meu amigo político!...[…] eu faço lá isso!... […]”). No entanto, quando se apercebe que se trata de outro Dâmaso, já promove esta publicação, já que, afinal, este os prejudicara na última eleição (“Irra, que me assustaste! Olha agora neste momento, com estas coisas de Ministério, uma carta dessas escrita pelo Guedes… Se é o Salcede, bem, acabou-se! […] Um manganão que nos entalou na eleição passada […]”), deixando clara a interferência da sua orientação política na atividade do seu jornal.
Ainda neste episódio não se distinguem os profissionais do jornalismo dos “deputados que a crise arrastara a lisboa” e que “vinham ali às noites, àquele jornal do partido, […] com esperanças de empregos”. Deparamo-nos ainda com Melchior, um profissional da redação, a tentar fazer «uma coisa sobre o livro do Craveiro», mas sem sucesso, já que, na expressão de Ega, «aqui são simples localistas», e segundo o narrador, os jornais abdicaram «[…] de todas as funções elevadas de estudo e de crítica […].
O jornalismo surge, portanto, como local de propaganda política, em vez de se preocupar em informar o público, fazendo, assim, uma crítica ao desprezo pela função informativa inerente ao serviço público.
Pode concluir-se que os Maias são, então, uma obra que obriga o leitor a refletir, apresentando, portanto, uma vertente de literatura de combate, na forma de crítica à sociedade, procurando a obra fazer rever ideias e mentalidades.
  

Joana Pombo, 12ºA
Prof. João Morais

Dâmaso Salcede ou um caso da denúncia n´Os Maias.

Correção Grupo III do teste

            A obra Os Maias, de Eça de Queirós, inscrevendo-se de modo claro nas correntes realista e naturalista, apresenta uma forte vertente de literatura de combate, fazendo cítica a vários aspetos da sociedade e da mentalidade lisboetas do terceiro quartel de Oitocentos.
            Esta vertente crítica está presente no plano da ação que diz respeito ao subtítulo Episódios da Vida Romântica, divido em vários episódios nos quais personagens-tipo, representativas de grupos sociais revelam os vícios da sociedade contemporânea do autor. Uma delas é Dâmaso Salcede.
            Dâmaso é provavelmente a personagem mais negativamente caracterizada pelo narrador d’ Os Maias. É um autêntico cabide de defeitos e representa a podridão da alta sociedade lisboeta. Possuidor de um certo complexo de inferioridade, tenta constantemente imitar e impressionar Carlos da Maia, tendo assim muitas atitudes e comportantes exagerados, que chegam a atingir o ridículo. Tenta mais parecer do que ser e usa constantemente a expressão “chique a valer”, o que mostra a sua falta de personalidade e opinião própria. É um fanfarrão e aprecia mais o estrangeiro do que o próprio país, tal como o resto da aristocracia portuguesa. Tal é demonstrado em episódios como «As corridas de cavalos», em que se encontra representada a obsessão da sociedade pelas aparências e a tentativa de imitar o estrangeiro.
            No entanto, é no episódio da «Corneta do Diabo», que se encontra ligado à intriga principal, que o carácter de Dâmaso é explicitamente demonstrado. Neste, Dâmaso escreve um artigo no jornal “Corneta do Diabo” a difamar Carlos e onde expõe a sua relação com Maria Eduarda, revelando, assim, a sua mesquinhez, imoralidade e baixo carácter. Mais tarde, ao ser confrontado por Ega e Cruges, em vez de ser protagonista dum duelo com Carlos, aceita, num ato de cobardia e de falta de dignidade, assinar uma carta onde pede desculpas a Carlos e afirma ter escrito o artigo num estado de embriaguez.
            Deste modo, podemos afirmar que Dâmaso Salcede é uma personagem-tipo, através da qual Eça de Queirós, à luz da corrente realista, mostra e repreende os vícios da sociedade portuguesa sua contemporânea, atribuindo, assim, uma forte vertente de literatura de combate à obra.



Diogo Antunes  nº 8  12ºA
Prof. João Morais

quinta-feira, 2 de junho de 2016

«As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)», da História Trágico-Marítima - III

                A ação d’«As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)», parte da História Trágico-Marítima, representa o lado desastroso de Portugal e decorre num período em que o país se encontrava em decadência política, social e moral. A corrupção dos valores e a ganância dos portugueses são criticados de forma subtil através da viagem narrada, representando a nau Santo António uma metonímia de Portugal.
Os tripulantes e os passageiros da nau Santo António funcionam como uma personagem coletiva cujas características contrastam com as qualidades e virtudes de Albuquerque Coelho. São fortemente criticados não só pela sua falta de disciplina e de organização em momentos críticos (l. 112: «levantaram-se grandes brigas e discórdias entre marinheiros e passageiros») mas também pela sua fraca personalidade, oscilando entre estados de otimismo e de derrotismo (l. 387: «todos se alegraram muito»; l. 288: «cobertos pelo mar, todos se convenceram de que se afogariam»).
As personagens deste grupo falham enquanto cristãos, dado que, perante condições extremas de fome, medo e privação, perdem a fé e pensam em cometer atos abomináveis na perspetiva da religião cristã, como o suicídio (ll. 429-430: «arrombar a nau para acabarem de vez») e o canibalismo (ll. 424-425: «Certos homens, nesse transe, lembraram-se de pedir a Jorge de Albuquerque a permissão de comerem aqueles cadáveres»).
Para além disso, também apresentam uma atitude cobarde e traiçoeira. Revelam falta de coragem para enfrentar os adversários, já que pensam logo em se render aos corsários franceses (l. 125) e apontam para Albuquerque como sendo o único responsável pela defesa e resistência da nau, por medo das consequências (ll. 154-155).
Em contraste, Albuquerque Coelho constitui uma figura representativa do lado positivo da ideologia patriótica. Sendo ele um indivíduo que incorpora os antigos valores da honra, mantém-se fiel aos princípios e à prática da mensagem de Cristo, é abnegado (ll. 108-109: «mandou colocar tudo adiante de todos e repartiu mui irmãmente pela companhia, sem nada pretender para si próprio»), dedicado, corajoso e apresenta-se ao serviço da pátria e da fé (l. 34: «correndo risco de perder a vida no zeloso cumprimento dos seus deveres»). Não perde a esperança mesmo nas mais difíceis circunstâncias, mostrando a sua personalidade forte enquanto comanda e anima os companheiros (l. 44: «consolava e contentava a sua gente»).
Estes relatos representam o lado negro e anti-heroico de Portugal e do seu Império. Metaforicamente, os naufrágios, decorrentes dos perigos e dificuldades da viagem, manifestam-se como o resultado da ganância e corrupção dos portugueses da metrópole que traíram os valores pátrios e religiosos. Critica-se a ganância, quando a nau revela problemas de navegação por ir sobrecarregada (ll. 75-76: «por isso que a nau lhes mareava mal, pela muita carga com que dali partira»).
Em conclusão, o texto recorre aos desastres marítimos como metáfora da decadência de Portugal e apresenta um modelo de caráter a seguir pelos demais portugueses, o qual surge personificado por Alburquerque Coelho.



Cenário de resposta do teste de avaliação de Português de 23 de maio, Grupo III

Autora: Oleksandra Sokolan, 10ºC 
Prof. João Morais