O BlogBESSS...

Bem-Vindos!


Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Farsa de Inês Pereira: um caso de denúncia na literatura portuguesa

Trabalho realizado pela aluna Inês Chim, 11º I, Maio 2013
Prof. João Morais

         Na peça Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, existe uma vertente satírica, já que o assunto resulta da realidade quotidiana criticada com uma função morigeradora.
         A personagem principal, desde o início da peça, é alvo da sátira de Gil Vicente. Inicialmente ingénua, Inês Pereira está determinada em ter um marido culto. O dinheiro não lhe interessa (“Porém, não hei de casar/ Senão com home’ avisado:/ Ainda que pobre pelado,/ Seja discreto em falar”). Essa ideia contrasta com a da sua mãe, que defende que a sua filha deverá escolher um homem com estabilidade financeira.
         Após ter recusado casar com Pero Marques, homem rico mas sem cultura, Inês pensa que encontra o marido perfeito: Brás da Mata, homem que corresponde às suas idealizações. Mas as aparências iludem e este homem representa apenas o triunfo das aparências, uma representação de elegância, que acredita no matrimónio como solução para as suas dificuldades financeiras. Após o casamento, enclausura-a e retira-lhe toda a liberdade, demonstrando a sua verdadeira natureza tirânica (“Vós não haveis de mandar/ em casa somente um pêlo”). É percetível a mudança psicológica de Inês: inicialmente ingénua: agora, consegue reconhecer o seu erro e anseia vingança, o que acontecerá. O escudeiro morre na guerra e Inês fica livre novamente.
Inês revê a sua posição e acaba por casar com Pero Marques, optando, no final, por uma vida adúltera.
     A peça segue o ditado “Mais quero um asno que me leve, que cavalo que me derrube”, sendo Pero Vasquez o “asno” e Brás da Mata o “cavalo”. Após ser “derrubada pelo cavalo” e arrepender-se da sua decisão, Inês opta por ficar com o “asno”, que faz aquilo que ela quer.
         Para além da protagonista, pela qual é criticada uma educação conservadora que em nada contribui para uma avaliação racional do casamento e é denunciada a dissolução dos costumes, atente-se na crítica à baixa nobreza presente através da personagem do escudeiro, que se preocupa com as aparências (“ Sei bem ler,/ E muito bem escrever,/ E bom jogador de bóla,/ E quanto a tanger a viola,/ Logo me vereis tanger.”) e acredita no casamento como forma de resolver os problemas financeiros.
         A crítica é também feita à alcoviteira Lianor Vaz, que se serve do casamento como um negócio. Através do relato de Lianor Vaz é também feita uma crítica clerical (“Vinha agora pereli/ Ó redor da minha vinha,/ E hum clérigo, mana minha,/ Pardeos, lançou mão de mi; ”) e, também, através do judeus que, tal como Lianor, utilizam o casamento para ganhar dinheiro.
       Através de Lianor Vaz e dos judeus, a instituição o matrimónio é uma forma de enriquecimento para os intervenientes diretos ou para os que o consideram uma mercadoria.
        Podemos defender, assim, que a Farsa de Inês Pereira ilustra bem a vertente de combate que Gil Vicente soube instituir nos seus textos dramáticos, a partir dos quais o seu teatro se revestiu de um pendor fortemente interventivo dos valores e da sociedade. Trata-se duma vertente renascentista na obra vicentina já que é pela crítica que o homem denuncia mentalidades, resultando a crítica duma mundividência humanista.

Sem comentários:

Enviar um comentário