O BlogBESSS...

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Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Proposta de Correção do Teste de Português - 11º I, Janeiro de 2013B

Trabalho realizado pelos alunos Astha Corrêa, Maria Kopke e Íris Fonseca, Fevereiro 2013

 Prof. João Morais

I (Astha Corrêa)
1.      A passagem acima transcrita localiza-se, quanto à estrutura externa, na cena VIII do ato I e, quanto à estrutura interna, no momento em que Manuel de Sousa Coutinho regressa de Lisboa a Almada e anuncia a chegada dos governadores que se aproximam, decidindo que o melhor para a família será mudarem-se para a casa do primeiro casamento de Dona Madalena (“Rezaremos por alma de D. João de Portugal nessa devota capela que é parte da sua casa”). A fim de impedir que os governadores venham a instalar-se na sua casa, Manuel de Sousa incendiá-la-á no final do ato I.
2.       Manuel de Sousa Coutinho, para convencer Madalena a mudar-se para a sua primeira casa, desvaloriza a crença no destino por Madalena (“nunca pensei que tivesses a fraqueza de acreditar em agouros”), tentando reconfortá-la e fazê-la acreditar que D. João de Portugal está morto e, por isso, não poderá separá-los (“não há espetros que nos possam aparecer senão os das más acções que fazemos”), relembrando-a também da sua origem nobre (“lembrai-vos de quem sois e de quem vindes, senhora”) e do facto de ele necessitar de Madalena tranquila para poder manter-se igualmente calmo (“a tranquilidade do espírito e a força do coração, que as preciso inteiras nesta hora”).
3.       Manuel, por um lado, é racional, não acredita no destino (“Não há senão um temor justo, Madalena, é o temor de Deus”). É nacionalista e patriota (“Há de saber-se no mundo que ainda há um português em Portugal”). É também corajoso, rebelde e determinado. Está, porém, agitado.
        Madalena, por outro lado, mostra-se resistente, aterrorizada, com maus pressentimentos e deixa-se levar pelo destino trágico (“Eu não sou melindrosa nem de invenções […] mas tu não sabes a violência, o constrangimento de alma, o terror com que eu penso em ter de entrar naquela casa”).
4.      Tendo em conta que a obra se inscreve no Romantismo, na obra podem-se detectar traços que marcam esta mesma época literária: a vertente eminentemente dramática (“para aquela casa não, não me leves para aquela casa”); o refúgio ao Cristianismo; a espontaneidade e a naturalidade que se refletem ao nível de linguagem (“[…] nisso não… mas tu não sabes a violência […]”); e o debate interior das personagens quanto aos seus sentimentos (“Mas é que tu não sabes… […] mas tu não sabes a violência, o constrangimento de alma […] oh, perdoa, perdoa-me, não me sai esta ideia da cabeça…”). Pelo seu plano de Manuel de Sousa de incendiar a sua casa, reatualizam-se ainda traços do Romantismo como o nacionalismo, o patriotismo e a rebeldia: o eu revolta-se contra a repressão de uma axiologia vigente na sua pátria.

II (Maria Kopke)
1.      O Zé exortou os presentes para se implicarem mais nos problemas sociais.
O Zé exortou os presentes - Oração subordinante: é a parte do período que é estruturante, pois o seu GV irá selecionar um complemento oblíquo, que é o resto do período.
para se implicarem mais nos problemas sociais - Oração subordinada completiva (função de complemento oblíquo) Esta oração (=constituinte) tem se ser realizada na frase (= elemento essencial da frase), sob pena de o período perder a gramaticalidade:
* O Zé exortou os presentes
2.      Evocaste problemas que teremos de resolver.
Evocaste problemas- Oração subordinante: é a parte do período que é estruturante; pode ocorrer sem o resto do período, ao contrário da 2ª, que é estruturada (= subordinada) a partir do GN problemas da oração principal.
Que teremos de resolver- Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
É adjetiva porque comuta com um adjetivo: Evocaste problemas importantes.
É relativa porque é introduzida por um pronome relativo: QUE. Esta palavra substitui o GN que introduz a 2ª oração, estabelecendo uma relação com a anterior:
Transformação:
1ª oração: Evocaste problemas.
2ª oração: Teremos de resolver [problemas].
É ainda restritiva porque se encontra a restringir o domínio de problemas.
3.      Quem mais adivinha mais erra
Quem mais adivinha - Oração subordinada substantiva relativa sem antecedente (exerce a função de sujeito porque comuta com um GN, que transmite a flexão de pessoa (3ª) e nº (sing.) ao verbo, e, ainda, porque comuta com uma forma de nominativo (= suj.) do pronome pessoal: ELE/ELA)
É substantiva porque comuta com um GN: O Zé [erra mais].
É relativa sem antecedente já que fica implícito um GN substituído pelo pronome relativo QUEM.
Mais erra-Oração subordinante: é a parte do período que é estruturante; pode ocorrer sem o resto do período.
4.      O Zé partiu para Roma; a Ana, para Barcelona
O Zé partiu para Roma; - Oração coordenada copulativa assindética.
A Ana, para Barcelona.- Oração coordenada copulativa assindética.
Ambas têm independência gramatical, com valor de adição, e são justapostas:
O Zé partiu para Roma e a Ana partiu para Barcelona.
Ou
Não só o Zé partiu para Roma como também a Ana [partiu] para Barcelona.
5.      A tarefa de olhar pelas crianças é gratificante
A tarefa é gratificante- Oração subordinante: é a parte do período que é estruturante; pode ocorrer sem o resto do período.
De olhar pelas crianças- Oração subordinada completiva.
É completiva porque tem a função de complemento nominal (do GN A tarefa).

III (Íris Fonseca)
Almeida Garrett adverte na sua «Memória ao Conservatório Real» que, apesar de na forma desmerecer a categoria de tragédia, Frei Luís de Sousa pertence à categoria modesta de drama – drama de índole trágica – para o que inaugura uma expressão também ela nova.
Não acreditando no verso como linguagem dramática para assuntos tão modernos, Garrett aposta numa linguagem própria do género dramático, fluente e mais prosaica, sem nunca fazer esquecer que, pela sua índole, o Frei Luís de Sousa será sempre uma tragédia.
Nesta peça é utilizada a linguagem característica do estilo dramático: o diálogo, o monólogo e o aparte, técnicas discursivas que apresentam características específicas resultantes da sua natureza oral e coloquial.
Mesmo quando a linguagem é mais cuidada, realizando-se um léxico erudito, subsiste a vivacidade das interjeições (“Ah!”) e dos atos ilocutórios expressivos (“Meu Deus”), ocorrendo exemplos da linguagem familiar. Por isso, a obra é acessível a um mais vasto número de espetadores.
A concentração ao nível frásico, como é o caso de «Ninguém», onde se substitui um período por uma palavra, as repetições e a carga emotiva que encerram determinados vocábulos ("desgraça", "escárnio", "amor") fazem igualmente parte da sua tessitura lexical.
A presença de reticências que sugerem ideias disfóricas – medo ou inquietação – é uma nota do exercício lexical e sintático das personagens. As frases curtas e inacabadas conferem um tom incisivo à linguagem. As repetições são muito frequentes e representam ansiedade, inquietação ou afeto por parte das personagens que as utilizam nas suas falas.
Garrett consegue adequar a cada personagem um determinado discurso com especificidades através das quais o leitor sente o que elas sentem, vive com elas as suas emoções, receios e medos. Garrett imprime, pois, à sua obra um estilo sóbrio, entrecortado por um outro que se caracteriza pela jactância que enforma a linguagem das personagens em situação de conflito. O primeiro serve um ambiente solene clássico, próprio da tragédia, e associa-se à própria situação social das personagens; o segundo serve a representação da interioridade das mesmas, à maneira do drama.
            Pretendendo transmitir elegância, suavidade e naturalidade à obra, Garrett explora todas as potencialidades da linguagem dramática conseguindo, assim, produzir um discurso que se adequa ao conteúdo nobre e – porque de sentimentos humanos se fala – simultaneamente atual.

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