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e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


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2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

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De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


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PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Antero de Quental, entre o otimismo social e o pessimismo metafísico

 De Bruno Pereira, 11ºI, Literatura Portuguesa, 2012/13
Prof. João Morais
 
Antero entre o otimismo social e o pessimismo metafísico
 (correção do grupo III do teste de Literatura Portuguesa)
De entre os vários temas abordados por Antero de Quental nos seus textos sobressaem os do otimismo social e os do pessimismo metafísico. Assim, atentemos nalgumas composições com essa temática e vejamos o que sobressai na escrita anteriana.
O otimismo social surge cedo na poesia anteriana e traduz as inquietações sociais, o desejo da existência de um mundo novo, encarando a poesia como a voz da Revolução, que visa a Justiça, o Amor e a Liberdade – ou seja, o drama humano de Antero. Exemplo disso é o soneto “Mors Liberatrix”, em que o poeta faz um apelo ao cavaleiro – que vai na demanda do bem, vencendo provas – para agir de modo a alterar a sociedade (“Na tua mão, sombrio cavaleiro, cavaleiro vestido de armas pretas”). Essas ações poderão levar à reabilitação humana – com a morte resgata-se a vida –, reforçando-se, assim, a antítese entre o claro e o escuro. A morte e os valores sociais são defendidos por Antero (“[…] esta é a espada da Verdade”), sendo a Verdade e a Liberdade o fim a atingir através da Morte (“[…] espada da liberdade”; “E, sendo a Morte, sou a Liberdade”).
Em outras composições de Antero, porém, testemunhamos o tema central do pessimismo metafísico, isto é, as emoções do eu relativamente à sua vida e às suas vivências, exprimindo os seus sentimentos de infelicidade e, por vezes, até de desespero. Deste modo, o poeta procura soluções para resolver ou atenuar esses problemas. Por exemplo, no soneto “Mãe”, o sujeito poético encontra-se dececionado com a vida (“Mãe – que adormente este viver dorido”) ao ponto de desejar ser levado pela “mãe” e acompanhá-la no sono eterno (“Que me leve consigo, adormecido”). Assim, através de um tom confessional e plangente, o sujeito lírico mostra o seu desânimo perante a existência, o que se faz também notar pela pontuação expressiva empregada pelo poeta (“Do meu pobre existir, meio partido…”; “Se tu fosses, querida, a minha mãe!”). Ainda no âmbito do sentimento pessimista, destaca-se o poema “O Palácio da Ventura”, cujo tema é o da demanda, sem sucesso, da felicidade: inicialmente, o poeta tem esperança de encontrar uma alternativa à realidade, um destino favorável (“O palácio encantado da Ventura”), mas sai desiludido e encontra, somente, o fracasso e o desânimo (“Mas já desmaio, exausto e vacilante”). É um poema em que o eu mostra uma grande frustração, que se traduz na deceção da luta para encontrar a felicidade (“Mas dentro encontro só, cheio de dor, silêncio e escuridão – e nada mais!”). Atente-se, por fim, na vertente de combate presente no poema “Nox”, que leva o sujeito lírico a procurar uma alternativa à ilusão da vida: pretende o nada, o supremo bem. Assim, a vida é agora uma ideia que não compreende e que não lhe permite atingir o conhecimento (“Noite sem termo, noite do Não-ser!”). 
Do que emerge da poética anteriana podemos afirmar que as vivências, as incertezas, as desilusões e a doença na vida de Antero de Quental conduziram-no a um estado de pessimismo, que se refletiu no seu estilo, na sua temática e na substituição de um otimismo, para o qual o poeta se sentiu vocacionado no percurso de homem de ação, por um ceticismo insolúvel.

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