O BlogBESSS...

Bem-Vindos!


Blog ou Blogue, na grafia portuguesa, é uma abreviatura de Weblog. Estes sítios permitem a publicação e a constante atualização de artigos ou "posts", que são, em geral, organizados através de etiquetas (temas) e de forma cronológica inversa.


A possibilidade de os leitores e autores deixarem comentários, de forma sequencial e interativa, corresponde à natureza essencial dos blogues
e por isso, o elemento central do presente projeto da Biblioteca Escolar (BE).


O BlogBESSS é um espaço virtual de informação e de partilha de leituras e ideias. Aberto à comunidade educativa da ESSS e a todos os que pretendam contribuir para a concretização dos objetivos da BE:

1. Promover a leitura e as literacias;

2. Apoiar o desenvolvimento curricular;

3. Valorizar a BE como elemento integrante do Projeto Educativo;

4. Abrir a BE à comunidade local.


De acordo com a sua natureza e integrando os referidos objetivos, o BlogBESSS corresponde a uma proposta de aprendizagem colaborativa e de construção coletiva do Conhecimento, incentivando ao mesmo tempo a utilização/fruição dos recursos existentes na BE.


Colabore nos Projetos "Autor do Mês..." (Para saber como colaborar deverá ler a mensagem de 20 de fevereiro de 2009) e "Leituras Soltas..."
(Leia a mensagem de 10 de abril de 2009).


Não se esqueça, ainda, de ler as regras de utilização do
BlogBESSS e as indicações de "Como Comentar.." nas mensagens de 10 de fevereiro de 2009.


A Biblioteca Escolar da ESSS

PS - Uma leitura interessante sobre a convergência entre as Bibliotecas e os Blogues é o texto de Moreno Albuquerque de Barros - Blogs e Bibliotecários.


quinta-feira, 9 de junho de 2022

Literatura de combate em Cesário Verde

 

     A obra literária de Cesário Verde tem uma forte vertente de combate através da denúncia dos vícios, comportamentos e mentalidades característicos do terceiro quartel do século dezanove — o “Reinado da Burguesia”, projeto nacionalista de emburguesamento e urbanismos possíveis — para posterior correção com uma intenção morigeradora.

     À luz de perspetivas filosóficas como o Realismo — observação e análise do real para posterior crítico (“luneta de uma lente só”) —, Cesário prontamente apresenta-nos o propósito da sua poesia — a sua arte poética: “e eu que medito um livro que exacerbe, quisera que o real e a análise mo dessem.”.

     A par do Realismo, recorrendo a perspetivas estéticas como o Impressionismo — recriação da realidade através da captação de impressões e valorização de estímulos visuais (cores, linhas, formas, luz…) —, o poeta, destacando o papel da imaginação na transfiguração da realidade (“Que visão de artista!”), profere as críticas mais contundentes ao ambiente citadino que o rodeia, díspar e insalubre resultado da industrialização tardia da cidade de Lisboa.

     Destas críticas podemos destacar a cidade como espaço de clausura (“neblina”, “gaiolas”, “muram-me”, “emparedados”), na qual o sujeito poético se sente aprisionado, destacando o desejo de evasão (“Levando à via-férrea os que se vão. Felizes.”), e satisfeito nem que seja no plano da imaginação (“Assim que pela história eu me aventuro e alargo.”).

     É também dada uma grande importância à insalubridade aos níveis humano, vegetal (“sem árvores”) e animal (“amareladamente os cães parecem lobos”), sendo destacada a doença física (“moles hospitais”, “cólera” e “febre”), moral (“impuras — decadência moral e espiritual — “lançam a nódoa negra e fúnebre do clero”) e psicológica (“as freiras que os jejuns matavam de histerismo”).

     Através da representação imaginativa do real é criticada a exploração das classes sociais mais baixas, tratadas com desprezo e comparadas a animais. Critica-se, portanto, a desumanização do trabalho na cidade (“cobre ignóbil e oxidado” e “calceteiros curvados”), sendo denunciadas as condições degradantes em que os elementos do povo viviam: “apinham-se num bairro ondem miam gatas, e o peixe podre gera focos de infeção.”.

     É posto em confronto o materialismo, no consumismo elevado ao nível do sagrado (“ver círios laterais, ver filas de capelas com santos e fiéis, andores, ramos, velas”), e a futilidade da burguesia, que vive no luxo e cultiva os valores materiais (“grande cobra a lúbrica pessoa”), com o desprezo dos valores intelectuais como os que são representados pelo “professor de Latim”, que vive na miséria, o que revela o desprezo pela cultura, pelo conhecimento e pela má distribuição da riqueza (“Ilumina-se um palácio em face de um casebre.”).

     Por fim, é salientada a injustiça social (“O aljube em que estão velhinhas e crianças, bem raramente encerra uma mulher de dom.”) face ao labor permanente do povo nas piores condições possíveis — trabalho árduo e mal remunerado (“Ela apregoa, magra, enfezadita/ as suas couves repolhudas largas.”). Esta situação está fortemente presente in “O sentimento dum Ocidental”, cujos trabalhadores ao final da tarde regressam a casa (“Voltam os calafates, aos magotes,”) ou, in “Num Bairro Moderno”, caracterizado pela azáfama da vendedeira e dos trabalhadores, que contrasta, respetivamente, com o ócio das classes dominantes (“enfadam as lojistas”, “hotéis da moda”, “casas de confeções e modas” ) e a vida fácil dos habitantes do Bairro Moderno que às 10h da manhã ainda estão a acordar (“Abriram-se, nalguns, as persianas,”).

     Em conclusão, na poética de Cesário a cidade é muitas vezes criticada e apresentada como um lugar de doença, opressão, sofrimento e injustiça (“Triste cidade!”), associado, portanto,  ao desejo de evasão da cidade o campo surge frequentemente como lugar alternativo de reabilitação onde reinam a liberdade, a saúde e a harmonia (“As suas couves repolhudas, largas.”).

Prof.: João Morais

Aluna: Maria do Carmo Costa, 11º D, nº 18. 

sábado, 2 de outubro de 2021

Análise do livro As Três Irmãs, de Anton Tchekhov

 






Trabalho realizado por: Carolina Almeida, Guilherme Sousa; 
Joana Sanches, Madalena Copêto e Maria Beatriz, 11º E (2020/21)
Prof. João Morais

domingo, 11 de abril de 2021

Os Refugiados na Europa; as duas faces do problema

 

Prof.: João Morais

Aluno: Guilherme Gonçalves Sousa, 11º E

É do conhecimento geral que, quando alguém se sujeita a uma fuga tal como ela nos chega das notícias dos que atravessam o Mediterrâneo, essas viagens são a última e a única opção, pois a permanência de tanta gente no seu local de origem representaria um risco iminente à vida dessas famílias. Muito se tem discutido acerca do fluxo de pessoas em todo o mundo gerar vários fenómenos. Em situações normais, as trocas culturais são imensamente proveitosas, mas, em situações de conflito, a tendência é as consequências se apresentarem negativas para muitos.

Em consequência disso, nota-se que, em termos políticos, se destaca um crescimento dos nacionalismos nos países que recebem grande número de refugiados. Partidos ultranacionalistas passaram a ganhar mais lugares no Parlamento Europeu e alguns alcançaram o governo central nos seus países.

Um exemplo significativo dessa tendência deu-se na Itália, onde uma das promessas da direita era impedir o desembarque de navios clandestinos. A medida drástica de fechar os portos italianos fez com que tantos navios de migrantes e refugiados bem como navios de organizações internacionais de resgate ficassem vários dias à deriva, mesmo com idosos, crianças e pessoas doentes a bordo.

Além disso, com a chegada imprevista de pessoas e com o grande fluxo migratório para um mesmo local ocorre o fenómeno da explosão demográfica. A explosão demográfica afeta diretamente a economia e as relações sociais, pois ela gera uma cadeia de eventos que podem ser desastrosos.

Por exemplo, atualmente observa-se uma grande quantidade de pessoas migrando para a Itália e a Grécia, que não oferecem infraestruturas para receber essas pessoas, fazendo com que o acesso à saúde, ao saneamento, à segurança e à educação fique comprometido; a fome e a miséria instalam-se entre a população migrante e até entre a população local, pois a falta de emprego começa a afetar os moradores locais e também há um aumento da criminalidade pela falta de estruturas e de organização.

Levando-se em consideração estes aspetos, conclui-se que este ciclo vicioso tende a manter-se se não houver esforços conjuntos dos governos e de todos nós. Hoje e amanhã, urge perceber que, quando o outro precisa da nossa ajuda, mesmo que seja estrangeiro, devemo-nos esforçar por ajudá-lo. A História ensina que qualquer um poderá ficar no lugar de quem tem de fugir à morte.